Compreender o papel das organizações no apoio aos esforços de superação das carências sociais, se comprometer com a atitude empreendedora responsável e promover a inclusão: disso se tratam as políticas de responsabilidade social.
Acreditar que o Estado é o único responsável pela solução dos problemas de uma sociedade é ignorar todo o potencial que o setor privado apresenta. De fato, é exatamente aliando políticas públicas com iniciativas das instituições privadas , tendo o terceiro setor como portador das muitas vozes e necessidades, que criamos o cenário mais fértil para o desenvolvimento.
Já está mais do que na hora de mudar nossas realidades, e para melhor. Hoje, vamos falar um pouco do conceito de responsabilidade social, de como funciona e como sua estruturação nas empresas pode colaborar para a criação de realidades mais justas.
Não é incomum encontrar pessoas que confundam a responsabilidade social com assistencialismo.
Em parte, podemos dizer que isso deriva de práticas até pouco tempo recentes, no que se refere às iniciativas de colaboração social no Brasil. Até a década de 1940, por exemplo, as práticas estavam orientadas à caridade e à solidariedade religiosa.
Foi só a partir da década de 1980 e da transição democrática que a assistência social começou a adquirir status de direito e contornos de políticas públicas orientadas à inclusão, e não somente ao auxílio pontual que, na maioria das vezes, não constrói autonomia
Claro que as políticas assistenciais são muito relevantes para se buscar estabelecer um mínimo de equidade diante de um contexto social tão discriminatório e desequilibrado que sujeita alguns grupos de pessoas a todo tipo de mazela humana. Para estas, a dignidade não começa pela conquista da autonomia. Há outras bem básicas – até fisiológicas – muito mais urgentes.
Contudo, compreendendo que em algum momento possamos experimentar uma condição social mais equilibrada, o assistencialismo será um desafio a ser vencido. Suas ações são, no geral, efêmeras, com pouco poder real de transformar realidades.
Por isso, a responsabilidade social nas empresas vai muito além de colaborações momentâneas. Alguns elementos são responsáveis por diferenciar suas práticas, como por exemplo:
Investir significa aplicar algo com a expectativa de que isso devolva benefícios no futuro.
O termo é muito comum quando falamos no mercado de capitais, mas você sabe qual é sua definição quando levado para o social?
Em essência, o funcionamento é o mesmo.
Só que, ao invés de buscar vantagens financeiras pessoais, no investimento social, os repasses são feitos sistematicamente para projetos que beneficiem à coletividade, e não só para retorno próprio.
Neste caso, o destino dos recursos voluntariamente disponibilizados pela organização pode ser vinculado a causas ambientais, culturais, sociais ou mesmo científicas e de interesse público.
O investimento também pode ser feito por meio de mecanismos que permitem que incentivos fiscais sejam concedidos pelo poder público. Ou seja, o caixa que seria usado para pagar tributos ao Estado pode ser direcionado a causas sociais, sempre que se respeitem os termos de cada programa.
E, de forma complementar, recursos não-financeiros e intangíveis também estão incluídos como forma de colaboração. Um exemplo seria o voluntariado empresarial, quando colaboradores usam suas competências para dar suporte ao desenvolvimento local.
E como tudo isso não pode acontecer de forma desordenada e sem condução, vale a pena falar um pouco sobre uma das mais importantes figuras da transformação social.
Siga a leitura e entenda melhor!
Para que uma política de responsabilidade social tenha efeito, é preciso que todas as iniciativas relacionadas sejam pensadas de forma a atingir a maior eficiência possível.
Ou seja, cada projeto social precisa ter princípio, meio e fim determinados para que o processo possa ser controlado e bem conduzido.
Neste sentido, entra em jogo a figura do gestor de responsabilidade social. Mas, você sabe o que ele realmente faz?
Sua principal função é o gerenciamento dos projetos sociais, alinhados à estratégia empresarial. Afinal, é importante explorar as sinergias existentes entre os investimentos sociais realizados pela organização e os resultados do negócio de modo que um ciclo virtuoso se estabeleça – um resultado fortalecendo o outro. Neste sentido, cabe ao gestor de Responsabilidade Social descobrir qual é a melhor forma de expandir o impacto dos programas.
Na sua rotina, podemos citar o planejamento do projeto a partir de um conhecimento apropriado da realidade dos beneficiários, a identificação das partes (e pessoas) influenciadoras e influenciadas pelo projeto, a definição das ferramentas necessárias para uma melhor coordenação das atividades, além das análises estatísticas, que são feitas a partir dos indicadores a acompanhar.
Podemos destacar métricas relacionadas aos objetivos, ao impacto social pretendido, aos resultados obtidos, atividades desenvolvidas e implementações efetivadas. A análise dos indicadores favorece a implementação de ajustes e a reorientação das iniciativas, ampliando o impacto alcançado.
De forma resumida, o gestor de responsabilidade social cuida e orienta o trabalho buscando a sustentabilidade nas ações praticadas.
Se as políticas de responsabilidade social são estruturantes para a prática da sustentabilidade, elas são ainda mais relevantes para empresas cuja atuação resulta em algum tipo de impacto social ou ambiental.
Afinal de contas, ainda que as atividades empresariais tenham como objetivo final o lucro, ignorar os efeitos de suas atuações já não é mais uma possibilidade.
A responsabilidade social empresarial veio para ficar, e comportamentos orientados pela ética social, que sejam transparentes e promotores do desenvolvimento social das comunidades nas quais uma organização está inserida, são fundamentais.
Aliás, existe uma sigla para isso: ESG (Environmental, Social and Governance). Seus preceitos indicam o quanto uma organização está posicionada em relação à sociedade da qual faz parte, em relação à preservação do planeta e, claro, o quanto cuida do investimento realizado pelo acionista
A alcunha surgiu em 2004, no relatório Who Cares Wins. Trata-se de uma cartilha que orienta os mercados a prioritariamente assumirem uma postura que esteja atenta a princípios para investimentos responsáveis.
A ESG já é uma realidade no Brasil. O ISE (índice de mercado de companhias que adotam o ESG) registrou uma alta de 105,48 no Ibovespa, em 2021.
O que sua organização pode fazer, a partir do momento em que decida desenvolver políticas de responsabilidade social? Tome nota!
1) Conhecer o histórico de patrocínio, doações e investimentos sociais realizados, para compreender tendências e identificar erros e acertos.
2) Conhecer a opinião de lideranças estratégicas, a cultura do negócio, identificando melhorias desejadas
3) Benchmarking: análise da estratégia e práticas de empresas semelhantes à sua.
4) Desenvolvimento de propostas e diretrizes, conectando as práticas vigentes com os valores e metas estratégicos identificados na cultura social.
5) Workshops com lideranças e profissionais envolvidos para validação e refinamento das proposições, favorecendo a perspectiva da co-criação
6) Produção dos termos de referência para orientar o planejamento e a operacionalização do investimento social privado.
Nós, da Bridge – Comunicação e Desenvolvimento Social, somos especialistas na estruturação e desenvolvimento de políticas e estratégias que fortalecem a responsabilidade social empresaria.
Isso é feito por meio da imersão na realidade e estratégia do cliente, discussões e estudo aprofundado sobre as melhores práticas de investimento social no segmento de atuação do ciente.
Igualmente, é interessante destacar a oportunidade que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas representam, inspirando as escolhas de investimento social empresarial, fortalecendo um trabalho coletivo de mudança da realidade social.
Leia um projeto real de responsabilidade social e intervenção pelo diálogo, acesse este case da Bridge. E se quiser ampliar seus conhecimentos sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas, também temos um artigo sobre isso! É só clicar aqui!