Comunicação Não-Violenta, Justiça Restaurativa, a Teoria U e também a de Transformação de Conflitos. Quem acompanha a trajetória da Bridge, sabe que, desde sempre, fomos orientados e inspirados no trabalho por estas ideias. Nos guiamos por estas visões em função da crença na possibilidade transformadora que carregam. Mas o cotidiano vem nos mostrando que, para além disso, não há caminho mais efetivo do que este para se construir a responsabilidade social empresarial, apoiada em relações saudáveis e duradouras.
Quando revimos nossa rota, alterando o foco de nossa atuação para a Gestão Social, fortalecemos nosso ideal transformador, em consonância com nossa missão: “Transformar o mundo, espalhando o cuidado consciente”.
Não queremos com isso dizer que nosso ideal é fácil de alcançar. Como nos lembra Eduardo Galeano, a utopia serve para nos colocar a caminhar; então, a cada vez que damos um passo, nosso ideal de trabalho também avança mais um passo. O movimento se torna, então, um imperativo. É preciso ser incansável para apoiar nas transformações sociais que buscamos.
A maior parte da bibliografia disponível, trata a “gestão social” na perspectiva da relação do Estado com a sociedade. Mas é bem possível extrairmos dessa visão o que entendemos como Gestão Social enquanto campo de atuação da Bridge.
Adotando como referência o conceito apresentado pelo professor Fernando Guilherme Tenório, docente na Pós-graduação da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (Ebape) da Fundação Getúlio Vargas, temos que:
"O conteúdo da gestão social é fundado na democratização das relações sociais e não na consecução de resultados, como é o caso da gestão estratégica."
Se é assim, quando primamos pela gestão social, trazemos os interessados para participar do processo decisório e revemos nossa noção de tempo.
"Na gestão social, todos os envolvidos têm direito à fala."
Por isso, o diálogo , a atuação colaborativa, a co-construção de saídas, a transparência para falar principalmente dos temas mais críticos, a gestão de manifestações sociais . É preciso ofertar espaços de vocalização do cidadão e da pessoa interessada ou que influencie o seu negócio, a quem normalmente denominamos stakeholder .
A Gestão Social nas empresas tem como missão estruturar oportunidades para aumentar o protagonismo dos cidadãos interessados. Desenha políticas e diretrizes, promove a prestação de contas sobre as iniciativas realizadas, trabalha na redução dos riscos sociais inerentes, acolhe e trata as queixas e reclamações, promove uma consciência social para lidar com impactos indo além das exigências legais.
É por meio da Gestão Social que as empresas incrementam as oportunidades de agregação de valor social. O desenvolvimento local é incorporado às práticas de responsabilidade social, sendo promovido por meio do investimento social voltado a atividades econômicas, culturais, educativas ou esportivas, fortalecendo a identidade dos territórios através da valorização da memória e cuidando da preservação ambiental.
O zelo pelo bem comum da sociedade torna-se objeto de genuína preocupação da empresa, tendo em vista o reconhecimento da interdependência que governa nossas relações.
O famoso TED Talk com o italiano Ernesto Cirillo nos ensina um dos segredos para o sucesso de iniciativas de desenvolvimento local. “Cale a boca e escute!”.
Isso mesmo: a voz daqueles que vivem as dinâmicas do território, que conhecem com propriedade o histórico do lugar, as personagens e as variáveis que atuam sobre os seres vivos de uma região, precisa ecoar nas discussões sobre promoção do desenvolvimento de uma região.
Não custa também recordar Paulo Freire:
"Amente pensa onde os pés pisam."
É na abertura para o olhar do outro, na escuta aberta das necessidades do seu público, na possibilidade de que as pessoas se esvaziem de suas preocupações e receios que se constrói diálogo, que se faz junto, que soluções são co-construídas.
O mundo mudou. O mercado parece ter acordado para a relevância de equilibrar os ganhos financeiros com os pilares do ESG (Meio Ambiente, Sociedade e Governança). A sociedade está em franca renovação e as pessoas estão mais conscientes de serem portadoras de uma sabedoria individual e coletiva.
Empresas e organizações que ainda não se abriram para as possibilidades transformadoras trazidas pela gestão social estão perdendo espaço. É tempo de acordar!
Nosso convite aqui é para o aprendizado e para o diálogo.
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